A mediação de um adulto é fundamental nesse momento, para ajudar a criança na construção de novos significados e na ampliação da percepção do outro, dos sentimentos e das sensações físicas que podem ser geradas por uma mordida. Não há maldade nas crianças que mordem, mas há inabilidade em agir de outra forma. O diálogo, os exemplos e a suavidade em apontar outras possibilidades de agir farão, gradativamente, com que a criança modele seu modo de se expressar e de agir, compreendendo as necessidades e os sentimentos dos colegas com os quais convive. O adulto deve ser o mediador para que novas linguagens se constituam na convivência entre os pares.
Um olhar especial para aquele que recebeu a mordida, também, é fundamental. Em primeiro lugar, o acolhimento, compreendendo e validando seu desconforto, pois uma mordida dói muito, não apenas do ponto de vista físico, mas, também, do ponto de vista das emoções. A criança sente-se, verdadeiramente, agredida e não compreende de imediato a situação. Na mesma perspectiva daquele que mordeu, o diálogo com o adulto mediador auxiliará a criança mordida a se fortalecer diante do ocorrido, verbalizando ao outro o que sentiu.